Nina encontrou uma família

Sábado, dia 19 de maio, estivemos na Feira de Agropecuária, dando início ao nosso projeto de adoção de animais adultos.  Lá estavam alguns animais vindos do Centro de Controle de Zoonoses, todos bonitos, vacinados, castrados e com banho tomado por cortesia de Petshops. O grupo de voluntários da Ajudajudar colaborou muito comparecendo e prestando informações às pessoas que se interessavam pelo evento, tomando conta da nossa lojinha que estava muito bem equipada com diversos modelos de camisetas, sacolas e apetrechos relacionados aos animais. Embora fosse uma tarde fria havia muito calor humano, muito entusiasmo e vontade de fazer acontecer.

E foi aí que... a Lourdes, uma das mais antigas colaboradoras da proteção animal, ela mesma protetora, resolveu levar a Nina (que ainda não tinha nome) para tomar um pouco de sol, pois de fato, estava muito convidativo para quebrar o friozinho da tarde. Todo mundo que passava elogiava a cachorra, as crianças a acariciavam e, a Lourdes só dizia:- ela é muito boazinha, é um amor. E, de boazinha em boazinha, de é um amor é um amor Lourdes não resistiu, levou Nina para casa.

Do abandono para um lar é um passo e tanto para um animal. Hoje ela vai viver com uma família que gosta de animais, que sabe tratá-los, onde será festejada por uma linda criança que é a netinha da Lourdes e que não se faz de rogada para brincar com ela.

Lola, uma gatinha de sorte

Essa gatinha, de aproximadamente 7 meses, vivia ao relento depois que seus donos abandonaram a casa em que viviam e deixaram para trás seus animais. Ela, junto com mais cinco outros gatinhos viram-se privados da convivência a que estavam acostumados.

Voluntários da Ajudajudar tomaram conhecimento da situação e lá foi a Ilda, especialista em resgate de animais entre outras atividades, recolher os bichinhos encaminhando-os para a castração. Depois de castrados, foram para uma casa hospedeira e ficaram à espera de um novo lar.

Mas não demorou muito e a Lígia, que tinha intenção de adotar uma gatinha tigrada, foi à padaria e lá perguntou à balconista se ela sabia onde encontrar uma para adotar.

Essa moça, por acaso amiga da Ilda, colocou as duas em contato e a Ilda encaminhou a Lígia para a casa hospedeira. Incrível como as coisas acontecem.

Bem, Ligia veio com a família toda: marido e um casal de filhos jovens, todos querendo uma gatinha.

Mas era preciso conhecê-la, ver se correspondia aos seus sonhos, se era assim mesmo que eles queriam, enfim se havia um toque de coração para coração.

Pegaram Lola (que até então não tinha nome) no colo, afagaram, conversaram entre si e sentiram que era ela mesma.

Hoje Lola tem uma família que dá a ela amor, carinho, condições para que ela se exercite e faça as coisas que são próprias da espécie felina.

E assim a família da Lígia aumentou. Eles dividem seu espaço e seu coração com uma gatinha que foi abandonada e à qual ofereceram a chance de ser feliz e vice-versa.

Vindo do mato

Vitório é o seu nome porque ele é um vitorioso. Nasceu num matagal no bairro Itaguassu pertinho da Lucas. Sua mãe há tempos vive lá juntamente com outra cadela e duas vezes por ano elas criam e não se consegue pegá-las. São extremamente ariscas. Protetoras que moram no local já tentaram de tudo e não conseguiram resgatá-las e tudo por causa da situação dos terrenos cheios de cipós, mato alto, galhos, buracos e barrancos.

O que parece ser um problema de animais na verdade é uma questão de descuido na cidade. Porque os proprietários desses terrenos não os mantém limpos? Se essa limpeza fosse feita,  há muito tempo essas cadelas já estariam castradas e não procriariam gerando problemas que poderiam ser evitados.

Vitório está salvo porque, apesar de arisco, sucumbiu à dor de uma bicheira e se deixou apanhar. Foi tratado pelas protetoras e se transformou nessa belezinha que agora precisa de um lar. Mas... seus irmãozinhos continuam no matagal e, se não se conseguir resgatá-los vão crescer e procriar. Custa manter a cidade limpa do mato?

Vantagens em adotar um animal adulto

Quando se fala em adotar um cão ou gato em geral pensa-se em filhotes.

Eles são bonitinhos, fofinhos, traz aquela sensação de levar um bebezinho para casa. Além disso, eles passam a idéia de que precisam de proteção, que estão desamparados. Eles são inofensivos, cabem no colo, parecem bichinhos de pelúcia enfim despertam uma série de sentimentos de amparo e proteção na pessoa adotante. E é claro eles precisam mesmo de um lar, uma vez que, se estão para adoção é porque foram abandonados. E conseguem um lar com facilidade.

Mas o que fazer com as centenas de cães e gatos adultos que são abandonados em abrigos, nas ruas, em casas temporárias ou nos centros de zoonoses esperando por uma nova chance?

Há muitas vantagens em adotar um animal adulto:

·        A pessoa sabe exatamente o tamanho do cão. É comum o adotante dizer: eu queria um cão de porte pequeno, ou ao contrário. É difícil adivinhar, principalmente quando se trata de vira-latas. E a maioria dos animais disponíveis para adoção é composta por vira-latas.

·        Filhotes dão muito trabalho e levam certo tempo para serem educados. O adulto aprende mais rapidamente.

·        Adultos não fazem necessidades em qualquer lugar como os filhotes.

·        Adultos necessitam de vacinas só uma vez por ano, enquanto que os filhotes precisam de 3 ou 4 doses.

·        Adultos não destroem a casa como os filhotes que roem móveis, roupas, sapatos. Eles aprendem rapidamente seus limites e a se comportar nesse novo ambiente.

·        Ao adotar um cão adulto a pessoa já sabe de antemão seu temperamento: quieto, brincalhão, agressivo, dócil. Assim ela não terá surpresas.

·        Ao contrário do que muita gente pensa cria-se facilmente laços de amizade e afetividade com um animal adulto. Eles são imensamente gratos por terem um acolhimento amoroso, eles sentem que são queridos novamente e retribuem de maneira a não deixar dúvidas sobre seu agradecimento.

É bom lembrar que esse cão adulto que foi abandonado é uma vítima de quem o abandonou, daquela pessoa em quem ele sempre confiou.

Uma das principais causas de abandono é mudança de casa. As pessoas planejam a nova moradia para si e para a família, esquecendo-se de que os animais fazem parte da família.

Adoção por impulso é outra causa do abandono. A pessoa adota um filhotinho e quando ele cresce não é bem aquilo que ela queria.

A pessoa não castra uma fêmea e, quando ela emprenha lá vai pra rua a mãe e sua cria.

Conter despesas é outra causa do abandono.

Um mundo onde o descartável faz parte do dia a dia acaba incluindo o animal: ah! não quero mais ele. Ou, vou substituí-lo por um mais novo.  Simples assim, como trocar um sapato velho por um novo.

O testemunho de pessoas que adotaram cães adultos é muito positivo. Tudo depende da maneira como eles são introduzidos em seu novo lar. Carinho e bom acolhimento são indispensáveis. Lembre-se que é difícil enganar um animal, eles têm uma percepção muito aguçada do sentimento das pessoas e percebem se esse carinho é verdadeiro ou não.

Quem já adotou um adulto afirma com toda a certeza que vale a pena.

2012

Um novo ano se inicia e é a hora de dar continuidade aos projetos do ano anterior e fazer novos projetos.

Como nosso objetivo principal é a castração de cães e gatos, fechamos o ano de 2011 de forma bastante satisfatória. Conseguimos castrar 433 animais: 226 cadelas – 36 cães – 106 gatas e 75 gatos

As castrações são feitas nas clínicas parceiras: Bicho é Vida, Clinivet, Clínica Veterinária Caetetuba, Consultorio Veterinário Dr. William Xavier, Dany Dog, Mascote e Companhia, Natural Vet, Santuário dos Animais.

As castrações foram pagas com o resultado dos eventos que realizamos durante o ano: jantares, bingos e bazar, além de algumas doações que recebemos em nossa conta bancária.

Não recebemos dinheiro público, porque acreditamos que as ONGs devem prover seus recursos para sustentar sua causa.

Paralelamente ajudamos a doar animais, principalmente filhotes de cães e gatos que ficam expostos nos cercadinhos – que já estão famosos – na Casa de Ração Ohira. Foram doados em 2011 170 filhotes de cães e 81 de gatos num total de 251 animais.

Se por um lado festejamos o fato desses animais terem encontrado uma família, por outro uma luz vermelha se acende diante de nós: ainda são muitos animaizinhos que nasceram sem terem sido planejados e, por isso vão para adoção.

Para este ano de 2012 além de darmos continuidade ao que já fazemos queremos realizar um trabalho de conscientização sobre a importância e as vantagens da adoção de animais adultos.

Continuaremos com nossa apresentação na rádio Atibaia, toda segunda quarta-feira do mês no programa do Marcos Basílio que gentilmente nos sede espaço.

 São desafios que esperamos vencer durante o ano que se inicia.