quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lares temporários: uma ajuda preciosa para cães e gatos em Atibaia




O trabalho em defesa dos animais, principalmente para proteger e amparar animais abandonados, doentes ou maltratados, tem crescido de maneira expressiva em Atibaia nos últimos anos. Um dos seus principais focos, mantido pela ONG Ajudajudar, é a castração de cães e gatos abandonados, nascidos nas ruas ou cujos proprietários não têm condições financeiras para providenciar a cirurgia. Graças à parceria com uma série de médicos veterinários que apoiam esse programa e praticam esse procedimento a baixo custo, tem sido possível castrar um número expressivo de animais. Em 2012, por exemplo, foram 393 cães e gatos castrados, o que representa uma redução importante do número de futuros filhotes que já nasceriam no abandono ou em condições precárias de vida.

Mas, além da castração, muitos animais precisam contar com um abrigo temporário para a fase de recuperação da cirurgia ou mesmo enquanto aguardam pela adoção. Manter esses cães e gatos em abrigos permanentes (públicos ou particulares) não é a melhor alternativa, na visão da Ajudajudar, uma vez que esses ambientes representam alto custo de manutenção e nem sempre podem oferecer as condições adequadas de vida aos animais.

A saída mais prática e realista tem sido o trabalho da equipe de voluntários e protetores para encaminhar cães e gatos para castração e adoção. Nesse sentido, é essencial contar também com lares temporários, casas que irão hospedá-los apenas por algum tempo. Pessoas que tenham condições para abrigar um, dois ou mais cães ou gatos temporariamente são uma ajuda preciosa para o sucesso do resgate, castração e adoção.


Cuca Barreto - jornalista e voluntária da Ajudajudar

Animal não é brinquedo, é um ser vivo digno de cuidados e respeito




A posse responsável é uma das principais obrigações das pessoas dispostas a manter cães, gatos ou outros animais de estimação. Para ser um proprietário responsável é preciso, em primeiro lugar, entender que eles não devem ser maltratados. Mas o que são, afinal de contas, maus-tratos aos animais? É importante saber que o abandono, falta de cuidados veterinários, falta de segurança e uma série de outros sinais de falta de atenção certamente irão provocar sofrimento e dor e, portanto, serão considerados maus-tratos.
A ONG Ajudajudar, de Atibaia, ressalta o fato de que maltratar os animais é um crime previsto pela legislação. É fundamental lembrar que o animal, como os seres humanos, sente fome, sede, medo, angústia e dor, e deve ser tratado carinhosamente:

- Nunca deixe o animal solto em lajes sem proteção. Nessas condições, ele estará em risco iminente de sofrer queda, além de colocar em risco a vida de terceiros.
- Nunca deixe o animal sozinho dentro do carro. Ele poderá morrer por asfixia e/ou desidratação em poucos minutos.
- Em locais públicos, conduza o animal sempre com guia, evitando fuga, atropelamento e ataques.
- Ao passear com seu animal, leve água para hidratá-lo. Recolha os dejetos dele e mantenha a cidade limpa.
- Providencie telas de proteção em janelas e sacadas a fim de evitar queda, fuga e/ou morte do animal.
- Mantenha o animal com boas condições de alojamento, abrigado do sol, chuva e frio.
- Forneça alimentação adequada e de boa qualidade, assim como água sempre limpa e fresca.
- Nunca deixe o animal acorrentado ou sem condições de locomoção.
- Nunca abandone um animal. Abandono é crime!
- Nunca use de maus tratos/crueldade. Nunca bater, arrastá-lo pelas orelhas, rabo ou patas;
- Preserve a saúde e integridade do animal. Submeta-o aos cuidados veterinários sempre que necessário.
-Esterilize seu animal para evitar crias indesejadas.
- Para evitar acidentes, coloque uma placa de aviso “Cuidado com o Cão”.
- Identifique seu animal. Providencie plaqueta com seus contatos para colocar na coleira.


Cuca Barreto, jornalista e voluntária da Ajudajudar

ENCONTREI SEU CÃO



Hoje encontrei seu cão. Não, ele não foi adotado por ninguém. Aqui por perto a maioria das pessoas já tem vários cães e quem não tem nenhum não quer um cão. Eu sei que você esperava que ele encontrasse um bom lar quando o deixou aqui, mas ele não encontrou. Quando o vi pela primeira vez ele estava bem longe da casa mais próxima, sozinho, com sede, magro e mancando por causa de um machucado na pata.

Eu queria tanto ser você no momento em que parei na frente dele! Então poderia ver sua cauda abanando e seus olhos brilhando ao pular em teus braços, pois ele sabia que você o encontraria, sabia que você não o esqueceria. Poderia ver o perdão nos olhos dele por todo sofrimento e dor que passara na interminável jornada à tua procura. Mas eu não era você. E apesar de minhas tentativas de convencê-lo a se aproximar, os olhos dele viam um estranho. Ele não confiava em mim. Ele não se aproximava.

Então ele se virou e seguiu seu caminho, pois tinha certeza de que o caminho o levaria a você. Ele não entendia porque você não o estava procurando. Ele só sabia que você não estava lá, sabia que precisa te encontrar e que isso era mais importante do que comida, água ou o estranho que poderia lhe dar essas coisas.

Percebi que seria inútil tentar persuadi-lo ou segui-lo. Nem o nome dele eu sabia! Fui para casa, enchi um balde com água, coloquei comida numa vasilha e voltei para o lugar em que o encontrara. Não havia nem sinal dele, mas deixei a água e a comida debaixo da árvore onde ele estivera descansando ao abrigo do sol. Veja bem, ele não é um cão selvagem. Ao domesticá-lo, você tirou dele o instinto de sobrevivência nas ruas. Ele só sabe que precisa caminhar o dia todo. Ele não sabe que o sol e o calor podem custar-lhe a vida. Ele só sabe que precisa te encontrar.

Aguardei na esperança de que voltasse a buscar abrigo sob a árvore, na esperança de que a água e a comida fizessem com que confiasse em mim; assim poderia levá-lo para casa, cuidar do machucado da sua pata, dar-lhe um canto fresco para se deitar e ajudá-lo a entender que você não faria mais parte vida dele. Ele não voltou naquela manhã e a água e a comida permaneceram intocadas. Fiquei preocupada. Você deve saber que poucas pessoas tentariam ajudar teu cão. Algumas o enxotariam, outras chamariam a carrocinha que lhe daria o destino que você talvez achasse que o libertaria de todo o sofrimento pelo qual porventura estivesse passando.

Voltei ao mesmo lugar antes do anoitecer e não o encontrei. Na manhã seguinte, retornei e vi que a água e a comida continuavam intactas. Ah, se você estivesse aqui para chamá-lo pelo nome, tua voz lhe é tão familiar!

Comecei a caminhar na direção que ele havia tomado antes, mas sem muita esperança de encontrá-lo. Ele estava tão desesperado para te encontrar, que seria capaz de caminhar muitos quilômetros em 24 horas.

Horas mais tarde e a uma boa distância do lugar onde o vira pela primeira vez, finalmente encontrei seu cão. A sede já não o atormentava, sua fome fora saciada, suas dores haviam passado, o machucado da pata não o atormentaria mais. Seu cão estava morto. Livrara-se do sofrimento. Ajoelhei-me ao lado dele e amaldiçoei você por não estar ali antes para que eu pudesse ter visto brilho naqueles olhos vazios, nem que só por um instante. Rezei, pedindo que sua jornada o tivesse levado ao lugar que imagino você esperava que ele encontrasse. Se você soubesse por quanta coisa ele passou para chegar lá... E sofri, sofri muito, pois sei que se ele acordasse agora e se eu fosse você, os olhos dele brilhariam ao vê-lo e ele abanaria o rabo perdoando-o por tê-lo abandonado.

Autoria Desconhecido

Posse responsável é a solução para evitar o abandono de animais




Há uma série de temas ligados à defesa animal que estão ganhando espaço cada vez maior nos debates em todo o mundo, com destaque para a necessidade de inibir os diversos tipos de maus-tratos e atitudes de crueldade. Entre os assuntos mais importantes nessa discussão está a questão do abandono de animais de estimação como cães e gatos. Domesticados pelo homem há milhares de anos, esses grandes companheiros têm oferecido sua amizade, proteção, trabalho e dedicação, pedindo em troca alguns cuidados básicos e a certeza de que continuarão a ter a amizade daqueles a quem foram entregues.
Ser proprietário de um animal de estimação é ser responsável por ele até o fim de sua vida, cuidando e garantindo seu conforto, segurança e saúde. Seja ele um animal de raça pura ou sem raça definida, filhote ou idoso, tenha nascido em um belo canil ou tenha sido resgatado das ruas, seja como for ele será para sempre um ser vivo que sente fome, frio, medo, dor e tristeza quando é abandonado. O abandono é um dos inúmeros tipos de maus-tratos aos animais e, como tal, é considerado crime passível de punição legal. O Brasil tem aperfeiçoado constantemente sua legislação nesse sentido e outros países continuam também em permanente debate para encontrar a melhor maneira de inibir o abandono e outras formas de maus-tratos.
Informações divulgadas esta semana pela imprensa internacional, por exemplo, dão conta de que o México também avançou significativamente em direção a uma política mais efetiva de proteção aos animais, dando um exemplo que tem tudo para ser seguido em outros países. A partir de agora, graças a decreto promulgado na Cidade do México, passaram a ser caracterizados como crimes a crueldade e os maus-tratos de animais domésticos, de rua ou silvestres. O castigo para quem cometer esses crimes poderá chegar até seis anos de prisão.
Para combater o abandono e outras práticas cruéis, é fundamental que os proprietários de animais de estimação compreendam sua responsabilidade para garantir que seus companheiros terão uma vida saudável, segura e feliz.

Entre as diversas recomendações para a posse responsável, a ONG Ajudajudar de Atibaia destaca alguns pontos que são essenciais na hora de decidir adotar um animal. Para começar, é preciso saber se toda a família está de acordo com a chegada de um cão ou gato em sua rotina e se haverá recursos financeiros suficientes para mantê-lo, com uma alimentação saudável, consultas ao veterinário, vacinas, etc. Também é importante saber quem ficará responsável por cuidar do animal durante os dias da semana, nos finais de semana, férias e feriados. Vale lembrar que um cão ou gato não é um brinquedo, ou seja, não é possível simplesmente deixá-lo de lado quando a “brincadeira” cansar.

Outra recomendação é que o novo dono saiba muito bem quais são as características do animal – tamanho, hábitos, necessidades – e tenha a certeza de que terá espaço suficiente, além de tempo e paciência para ensiná-lo com carinho. Tudo isso ajuda a evitar problemas futuros e, o que é mais importante, pode ajudar a reduzir o número de animais que são abandonados apenas porque seus donos não sabiam quais eram as verdadeiras responsabilidades envolvidas. Finalmente, ser um proprietário responsável é também evitar as crias indesejadas de cães e gatos, providenciando sua castração o mais breve possível.


Cuca Barreto (jornalista e voluntária da ONG Ajudajudar)

Defesa dos animais é responsabilidade de todos



Desde que ganhou impulso o debate sobre os direitos dos animais tem crescido também a preocupação da sociedade, em todo o mundo, com os diversos aspectos envolvidos nessa questão. Amar, respeitar, cuidar e ser solidário com o sofrimento dos animais já começa a fazer parte do conceito de responsabilidade social e ambiental. A tal ponto que os maus tratos e a crueldade, incluindo aí a dolorosa prática do abandono, passaram a ser considerados crimes ambientais.

A legislação brasileira também avançou e, aos poucos, o esforço das ONGs, voluntários e protetores tem sido fundamental para informar melhor a população. É preciso, porém, que ainda haja maior conscientização em relação à maneira pela qual devem ser tratados cães, gatos, pássaros, animais silvestres e toda uma grande variedade de seres com os quais o ser humano convive, mas, infelizmente, nem sempre sabe respeitar.

As entidades de defesa da vida animal tem multiplicado esforços em todo o Brasil, acompanhando uma conscientização que cresce cada vez mais também em escala global. Em Atibaia, esse trabalho vem sendo desenvolvido de maneira significativa pela ONG Ajudajudar principalmente no que diz respeito à castração de cães e gatos abandonados ou pertencentes a pessoas que não têm condições financeiras para fazê-lo.

E por que é tão importante garantir a castração? Quem viu Atibaia há 15 anos e quem vê hoje nota muita diferença: as ruas não estão mais cheias de animais abandonados, de fêmeas no cio, de grupos de machos brigando pelas fêmeas e de muitas caixinhas com filhotes subnutridos abandonados. Isso mudou e a mudança aconteceu graças à castração.

Essa prática é hoje adotada em todo o mundo. Parte-se do princípio de que somente as crias desejadas devem nascer, porque as indesejadas caem no abandono e não há donos responsáveis suficientes para absorver tantos filhotes. Hoje, embora ainda existam muitos filhotes abandonados na cidade, eles já têm outra aparência, são no geral mais fortes, porque vêm de casas (que ainda não aceitaram a idéia da castração) e não da rua como era antigamente.

A castração significa cortar o mal pela raiz: menos filhotes, menos abandono, menos sofrimento, menos doenças, menos acidentes, menos crueldade. Outro ponto importante é que a castração não pode parar nunca, sob pena de voltarmos rapidamente à situação anterior pois a rapidez com que as fêmeas dão cria e a quantidade de filhotes que nascem fazem a situação crescer em proporção geométrica.